Angu do Gomes
Rigo Duarte (neto do Basílio Almeida, um dos donos) conta que tudo começou quando Manuel Gomes, um imigrante português, teve a ideia de vender o angu à baiana (com miúdos de porco) em latas de tinta para ganhar a vida. O angu já era uma iguaria vendida, desde o séc. XIX, por mulheres negras nas ruas e nas chamadas Casas de Zungu.
Manuel Gomes guardava a sua carrocinha no bar do pai de Basílio e aí começou uma longa parceria entre este último e o João Gomes – filho do Manuel.
A dupla adaptou a receita e substituiu os miúdos de porco por miúdos de boi. O sucesso foi imediato, mas muitos fregueses antigos perguntavam: “cadê o Gomes”?
Foi então que João e Basílio decidiram batizar a receita de “Angu do Gomes”, registrando a marca em 1955.
A moda pegou. A comida, barata e saborosa, caiu no gosto da freguesia, e logo se multiplicaram as carrocinhas de angu. Em 1965, eles abriram um restaurante no largo São Francisco da Prainha e, nos anos 1970, ampliaram o número de carrocinhas, chegando a ter 80 espalhadas pela cidade.
O restaurante era frequentado por muita gente famosa, João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, Chico Anysio e Tim Maia viviam por lá. E durante muito tempo funcionou como ponto de encontro dos artistas da Rádio Nacional que faziam hora ali, perto do Edifício A Noite.
Como resultado da fama, a dupla resolveu ampliar os negócios abrindo o GB Lanches, G de Gomes e B de Basílio! As carrocinhas estavam distribuídas nas orlas das praias, no Tivoli Park, Feira da Providência e em muitos lugares da cidade!