Jogo do Bicho

Para salvar um zoológico, um barão inventou um dos jogos mais populares do Rio de Janeiro – e crime de contravenção.  O jogo do bicho foi criado para ajudar os animais, mas logo se transformou em um dos principais representantes dos jogos de malandragem cariocas. Ainda hoje, é possível avistar apontadores e bancas do bicho nas mais movimentadas ou desertas esquinas da cidade. Se antigamente valia o que estava escrito, agora os bicheiros operam uma máquina semelhante às de cartões de crédito.

Ingresso do Jardim Zoológico – ovelha. Site BNL Data

No final do século XIX, João Batista Viana Drummond, o Barão de Drummond, comprou muitas terras na região dos bairros que conhecemos como Vila Isabel e Grajaú. Seu objetivo era homenagear a Princesa Isabel, criando um novo padrão de moradia para a cidade: mais moderno, confortável e aberto para a circulação de ar. O projeto incluía a construção de ruas e avenidas mais largas e deixava aberta a possibilidade de crescimento em direção ao Méier e ao Engenho Novo.

Retrato do Barão de Drummond – Site Raiz do samba em foco

Para impulsionar a venda dos novos lotes, Drummond construiu em 1888 o Jardim Zoológico de Vila Isabel, que logo virou a grande novidade da cidade. Das 7h às 18h, os bondes chegavam lotados de visitantes ávidos para ver de perto os animais contidos em jaulas e gaiolas. Com a proclamação da República no ano seguinte, o barão deixou de receber a subvenção dada por Dom Pedro II para o parque.

O custo maior do empreendimento era a manutenção dos animais. Para levantar fundos, Drummond criou uma loteria usando números e nomes de bichos, contando com a propensão do carioca às apostas. No lançamento, jornais noticiaram a novidade com estardalhaço e a euforia tomou conta do Rio. “Realizou-se ontem o primeiro sorteio, recaindo o prêmio no avestruz, que deu uma recheada poule de 460$000”, dizia um deles. Estava inventado o jogo do bicho.

Cartela de jogo do bicho – Site Rio Total

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