Porrinha e Baratinha

No final do século XIX, os salões de sinuca e os botequins com suas partidas de porrinha e baratinha eram espaços de ação dos grandes malandros do Rio de Janeiro. Em especial na região da Lapa e nos subúrbios, os jogos se associaram à persona do malandro carioca e sobrevivem na memória e nas tradições dos bairros mais populares do Rio.

As brincadeiras costumavam ser usadas no fim da noite para decidir quem iria pagar a conta, mas se tornaram jogos de todas as horas. A porrinharapidamente virou uma febre: onde houvesse um bar ou uma padaria havia um grupo jogando. Quem ganhasse não pagava o café. Ou, dependendo da hora, não pagava a cerveja, o almoço ou o jantar.

Afinal, como se joga porrinha? O número de participantes é aberto, cada um deve ter em mãos três pedaços de palitos de fósforo ou de dente. Todo jogador escolhe o número de pedaços que vai usar, de zero a três, e quando nenhum palito é usado se chama lona. A roda gira no sentido horário e o primeiro a tentar adivinhar o número de palitos em jogo vira o último na rodada seguinte. Ganha aquele que acertar o total de palitos na rodada. O último paga a conta.

Porrinha – Gravura de Alcides Oliveira

Com o mesmo objetivo da porrinha, fazer outra pessoa pagar a conta, os cariocas inventaram o jogo da baratinha. As mesas dos bares eram o principal campo de jogo, os guardanapos faziam vezes de tabuleiro e vencia quem completava primeiro o desenho de uma barata.

Para jogar eram necessários dois dados e um copo. O participante colocava os dados no copo, sacudia e os atirava na mesa para conferir o resultado.Os números tirados nos dados davam direito a desenhar uma parte da barata, quanto maior a soma melhor. Para desenhar a cabeça e as asas, que valiam mais, os dados deveriam registrar de 10 a 12 pontos.

Entre os botequins cariocas que mantiveram a tradição da baratinha está o Bar do Joia, onde o jogo foi inventado por Joaquim Joia Nunes. Mesmo após a morte do proprietário, o bar e a brincadeira seguem presentes na esquina das ruas Júlia Lopes de Almeida e Conceição, no Centro. Os frequentadores passaram a gerenciar o local por meio de um colegiado, que também auxilia a cozinheira e viúva de Joia Nunes, Dona Alaíde. O jogo da baratinha resiste!

Frequentadores do Bar do Joia jogam o jogo da Baratinha. Facebook do Bar do Joia

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