Estátua de Carlos Drummond de Andrade

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Colégio Anchieta, no Rio de Janeiro, por “insubordinação mental”, ao discutir com o professor de Português. O tempo deu razão ao poeta mineiro, natural de Itabira, que àquela altura já demonstrava muita afinidade com as palavras. Anos mais tarde, Drummond se mostrou ser um dos maiores nomes da poesia nacional.

Carlos Drummond em sua foto de formatura, 1925. Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/Arquivo Museu de Literatura Brasileira.  

Ainda que tenha se formado em farmácia e trabalhado dando aulas de geografia em colégios, a vocação de Drummond para a escrita, em especial a poesia, aflorou ainda jovem. Drummond nasceu em 1902, e em 1928 seu poema “No meio do caminho”, com seus icônicos versos “No meio do caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho”, era publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo, de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Na época, foi considerado um dos maiores escândalos literários do Brasil:

Em 1934, Carlos Drummond transferiu-se para o Rio de Janeiro, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, recém-empossado ministro da Educação e Saúde Pública por Getúlio Vargas. Ali começou uma carreira de servidor público que perduraria por 35 anos, entre departamentos e funções variadas. Intercalando a vida de funcionário do Estado, Drummond escrevia para jornais e publicava livros. Em 1982, com 80 anos, recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Morador de Copacabana desde os anos de 1930, com o passar do tempo se tornou um completo habitante da cidade das praias, fazendo da sua mineral Itabira e da provinciana Belo Horizonte, apenas memórias em versos. Morou em dois endereços: na Rua Joaquim Nabuco 81, de 1934 a 1962, e depois mudou-se para o apartamento 701 do Edifício Luiz Felipe, na Conselheiro Lafayete 60, fronteira com Ipanema. O que assistia da janela de seu apartamento na rua Conselheiro Lafayete era o cotidiano das estações e dos corpos, as transformações urbanas e a passagem dos dias. 

Carlos Drummond em Copacabana, 1972. Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/Arquivo Museu de Literatura Brasileira.  

Nesta cidade do Rio de Janeiro,

de dois milhões de habitantes,

estou sozinho no quarto,

estou sozinho na América.

(A Bruxa, 1942)

Não à toa, sua estátua está em um banco à beira-mar, onde o poeta mineiro ficou eternizado como uma das estátuas mais famosas do Rio. Feita em bronze, em tamanho natural, a estátua de Carlos Drummond de Andrade foi inaugurada em 30 de outubro de 2022, pelo artista Léo Santana, na véspera do centenário do poeta. Localizada na Avenida Atlântica, Drummond fica sentado em um banco à beira-mar.

 A foto de Carlos Drummond de Andrade que virou estátua. Rogério Reis, 1983.

A pose do escritor, que foi retratado sentado, com um livro sobre as pernas cruzadas, de costas para o mar e observando os passantes do calçadão, foi inspirada por uma foto de Drummond, capturada por Rogério Reis. No banco, há a inscrição “No mar estava escrita uma cidade”, verso do poema “Mas Viveremos”, do livro “A Rosa do Povo” (1945).

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