Estátua de Carlos Drummond de Andrade
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Em 1919, no seu último ano escolar, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, no Rio de Janeiro, por “insubordinação mental”, ao discutir com o professor de Português. O tempo parece ter dado razão ao poeta mineiro, natural de Itabira, que já àquela altura demonstrava afinidade com as palavras.

Carlos Drummond em sua foto de formatura, 1925. Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/Arquivo Museu de Literatura Brasileira.
Ainda que tenha se formado em farmácia e trabalhado dando aulas de geografia em colégios, a vocação de Drummond para a escrita, em especial a poesia, aflorou ainda jovem. Drummond nasceu em 1902 e, em 1928, seu poema “No meio do caminho”, com seus icônicos versos “No meio do caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho”, era publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo, de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Na época, foi considerado um dos maiores escândalos literários do Brasil.
Em 1934, Carlos Drummond se transferiu para o Rio de Janeiro para assumir o posto de chefe de gabinete do recém-empossado ministro da Educação e Saúde Pública de Getúlio Vargas, Gustavo Capanema. Ali começou uma carreira de servidor público que perduraria por 35 anos que ele intercalava com a literatura, escrevendo para jornais e publicando livros.
Morou em Copacabana em dois endereços: na Rua Joaquim Nabuco 81, de 1934 a 1962, e depois no Edifício Luiz Felipe, na Conselheiro Lafayete 60, fronteira com Ipanema. Da janela de seu apartamento assistia o cotidiano e as tantas transformações urbanas do Rio.

Carlos Drummond em Copacabana, 1972. Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/Arquivo Museu de Literatura Brasileira.
Nesta cidade do Rio de Janeiro,
de dois milhões de habitantes,
estou sozinho no quarto,
estou sozinho na América.
(A Bruxa, 1942)
Não é à toa que a estátua feita em sua homenagem – uma das mais famosas do Rio – está localizada na Avenida Atlântica, em um banco à beira-mar. Feita em bronze e em tamanho natural pelo artista Léo Santana, ela foi inaugurada em 30 de outubro de 2002, na véspera do centenário do poeta.

A foto de Carlos Drummond de Andrade que virou estátua. Rogério Reis, 1983.
A pose do escritor, sentado com as pernas cruzadas, observando os passantes do calçadão de costas para o mar foi inspirada por uma foto icônica tirada por Rogério Reis. No banco do monumento, há a inscrição “No mar estava escrita uma cidade”, verso do poema “Mas Viveremos”, do livro “A Rosa do Povo” (1945).

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