Escultura Encontro (Franz Weissmann)

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A escultura “Encontro”, de Franz Weissmann, é uma obra de impacto duradouro, instalada ao ar livre no pátio do Centro Cultural da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ), nos fundos do histórico Convento do Carmo. 

Franz Weissmann, nascido na Áustria em 1911 e radicado no Brasil desde os anos 1920, foi um escultor, pintor e desenhista, figura-chave do movimento neoconcretista brasileiro. Ele estudou na Escola Nacional de Belas Artes e integrou o Grupo Frente — que atuou decisivamente para o surgimento do movimento neoconcreto — nos anos 1950, ao lado de figuras como Lygia Clark, Décio Vieira e Amílcar de Castro.

Franz Weissmann em seu ateliê. Wilton Montenegro, sem data. Enciclopédia Itaú Cultural.

Sua trajetória nas artes foi marcada pela busca de uma linguagem visual que transcendesse o espaço físico, explorando os “vazios ativos”, como ele chamava os recortes em suas esculturas, que criam uma tridimensionalidade aberta e interativa. 

“Encontro”, peça em metal inaugurada em 1985, reflete as características centrais do estilo do escultor: formas geométricas, planos cruzados e recortes que criam uma harmonia entre os elementos sólidos e os vazios ativos. Localizada em um ponto histórico do Rio de Janeiro, a escultura é um símbolo de um novo tipo de monumento urbano. Em vez de homenagear figuras históricas tradicionais, a escultura busca estimular a apreciação artística, contribuindo para a renovação do patrimônio urbano e cultural da cidade.

Reprodução site PGE-RJ

Weissmann acreditava que a arte, especialmente a escultura, não deveria ser confinada em museus ou galerias, mas exposta em locais de grande circulação, onde poderia ser vivenciada de perto pelo público. Ao optar por expor suas esculturas em locais públicos, desejava que suas obras fizessem parte da experiência cotidiana das pessoas, permitindo interpretações e conexões emocionais. 

A escultura no pátio da PGE-RJ, estrategicamente localizada em um espaço com diversas camadas históricas, conecta o passado ao presente, tornando-se parte da arquitetura do Convento do Carmo. Entretanto, a jornada da escultura até esse local teve contornos dramáticos. Em 2022, em meio a um processo de recuperação judicial da Universidade Cândido Mendes — instituição à qual a escultura pertencia — a obra quase foi leiloada. A peça foi retirada do leilão e desapropriada pelo governo estadual, garantindo sua preservação como patrimônio cultural. A inclusão de “Encontro” no acervo cultural da PGE representa, portanto, um esforço de preservar a memória e a riqueza do movimento construtivista no Brasil.

Reprodução site Bolsa de Arte

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