Canecão

O espaço ocupado pelo Canecão entre a avenida Venceslau Braz e a rua Lauro Müller, no limite entre os bairros de Botafogo, Urca e Copacabana, representa um capítulo crucial na história da música brasileira, para os artistas ou para as plateias, que assistiram em seu palco à passagem dos mais importantes músicos nacionais e estrangeiros, em 40 anos de existência.

Foto: Márcia Folleto – Casa de espetáculos Canecão – 11/05/2010 – Agência O Globo

O Canecão foi uma das casas de espetáculo mais importantes do Rio. Abriu originalmente como cervejaria — daí o nome —, em 1967, e estreou como lugar de shows com o espetáculo de Maysa, dirigido por Bibi Ferreira, dois anos depois. Testemunhou a guinada da MPB, com shows de Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Elis Regina, Clara Nunes. Abrigou o nascimento do rock brasileiro nos anos 1980. E viveu um de seus episódios mais famosos em 1985, quando um então desconhecido Elymar Santos vendeu seu apartamento e seu carro e fez uma vaquinha entre amigos para conseguir alugar a casa para seu show de estreia.

A casa de shows, porém, foi durante muitos anos palco de um imbróglio entre seus donos e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), proprietária do terreno. Em 2010, a Justiça deu ganho de causa à universidade. A casa de shows esteve fechada e ainda voltou a funcionar de 17 de maio a 17 de outubro de 2010, tendo como última apresentação o show de Bibi Ferreira. A partir dessa data, o local deixou de ser uma casa de shows. Seu destino é incerto. Hoje, o Canecão é uma das várias ruínas da cidade do Rio de Janeiro. Parte de sua memória, porém, está resguardada. Antes de morrer, o empresário Mário Priolli, fundador do Canecão, doou ao Instituto Ricardo Cravo Albin todo o acervo que guardava.

 

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