Ilhas nas Baías de Guanabara e Sepetiba

As ilhas dentro das Baías do município do Rio de Janeiro, desempenham papéis significativos tanto na ecologia local quanto na história da cidade. Essas ilhas são formadas principalmente por rochas graníticas e gnáissicas e algumas em condições especiais, por processos sedimentares.

A Ilha do Governador é a maior e uma das mais importantes do município. Com uma geologia dividida em ambientes cristalinos e formações sedimentares, ela abriga áreas de restinga e de costões, ainda resistindo ao histórico de ocupação. Altamente urbanizada, a ilha contém bairros históricos com marcas de momentos de alto investimento imobiliário e infraestrutural, hoje perdidos em meio a um cenário, de certa forma, nostálgico. O mesmo pode -se dizer da Ilha de Paquetá que traduz uma época com aparência de que possui um ritmo completamento distinto da metrópole de que faz parte.

Conjunto de Ilhas na Baía de Guanabara: Ilha do Governador (a maior, desde o canto esquerdo da foto) e Ilha de Paquetá (na porção central da foto). Ao fundo a bela moldura da Serra do Mar.

A Ilha de Cotunduba, localizada no ponto de entrada da Baía de Guanabara, próxima à Pedra do Leme, é uma pequena ilhota rochosa com relevo escarpado e limitada vegetação. Sua formação é predominantemente gnáissica e é um local de grande atração turística. A ilha tem sido preservada por seu difícil acesso e por sua localização estratégica como ponto de alimentação e descanso para aves marinhas.

A Ilha das Cobras, próxima ao centro da cidade e famosa por seu nome histórico relacionado à defesa da baía, possui um pequeno relevo rochoso, que acomoda as construções da Marinha do Brasil, cercada por diversos aterros que aumentaram substancialmente seu tamanho. O mesmo acontece com a sequência de ilhas próximas ao Porto do Rio: Pombeba, Santa Bárbara e Enxadas. A condição espacial histórica dessas ilhas fez delas palco do processo de ocupação do território marítimo que iniciou a colonização carioca. Essas ilhas têm grande relevância histórica e cultural para o Rio de Janeiro, refletindo as interações entre a cidade e pontos de apoio marítimo ao longo do tempo. Elas foram e são estratégicas no processo de ocupação da Baía de Guanabara. Além dessas, a Ilha da Laje, a Ilha de Villegagnon e diversas pequenas ilhas no interior da Baia foram e são utilizadas estrategicamente para operações militares e hoje industriais, muitas delas apoiando refinarias ou depósitos relacionados à atividade petroleira, como aquelas usadas pela Transpetro e indústria naval do Rio de Janeiro. 

Já na Baía de Sepetiba, do outro lado do município do Rio de Janeiro, encontram-se diversas ilhas e ilhotas de grande importância ecológica, principalmente, já que a ocupação foi menos intensa, comparada aos processos mais contundentes do lado da Baia de Guanabara. Essas ilhas, em sua maioria, são formações sedimentares, relativas ao ambiente dominado por marés e estuários fluviais. Devido a ocupação de baixa intensidade ligada a populações tradicionais de Caiçaras e Pescadores, essas ilhas guardam grande biodiversidade nativa de ecossistemas marinhos e costeiros. Destacam-se aí as Ilhas de Suruquai, Bom Jardim e Baleias, todas densamente cobertas por vegetação de mangue.

Ilhas sedimentares no fundo da Baia de Sepetiba: Suruquai, Bom Jardim e Baleias

Algumas ilhas dentro da Baia de Sepetiba, formam-se em relevos rochosos e possuem vegetação típica de costões. Essas ilhas, mais recortadas acabam gerando habitats marinhos importantes na linha de costa, garantindo pontos importantes para a fauna local. As águas que a cercam são rasas e claras, abrigando uma variedade de peixes e outros organismos marinhos. São poucas no litoral de Sepetiba, como a Ilha de Guaraquessaba e Ilha do Urubu ou a Ilha do Tatu e Ilha da Pescaria. O município do Rio de Janeiro termina com a Ilha dos Urubus, formada pelos sedimentos na foz do Rio Guandu, onde manguezais dominam toda sua extensão e, claro, vale lembrar que a Restinga da Marambaia, é, fundamentalmente uma ilha, já que se encontra com seu extenso cordão arenoso conectado apenas a Ilha da Marambaia. A presença do exército serviu para a preservação de seus ecossistemas de restinga, lagunas e brejos.

Essas ilhas e ilhotas da Baía de Sepetiba, muitas vezes de difícil acesso, estão localizadas em um dos ecossistemas mais preservados do município. Elas representam áreas de grande valor ecológico, sendo fundamentais para a conservação da biodiversidade da região e servindo de refúgio para a fauna marinha, além de abrigarem ecossistemas costeiros que garantem a estabilidade ambiental da baía.

Ilha da Marambaia, cercando a Baía de Sepetiba, como uma ilha barreira frente ao mar.

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