Colônia de Pescadores Z-13

A Colônia de Pescadores Z-13, localizada no Posto 6, na Praia de Copacabana, é um dos últimos resquícios da tradição pesqueira em uma das áreas mais urbanizadas do Rio de Janeiro. Centenária, a Z-13 é fundamental para o abastecimento de peixes da cidade e, sobretudo, para a preservação de uma cultura que remonta à origem do bairro.

Marc Ferrez. Pedra do Forte de Copacabana, atual Posto 6, com o Morro Dois Irmãos ao fundo, 1900. Coleção Gilberto Ferrez, Instituto Moreira Salles.

A Z-13 foi fundada em 29 de junho de 1923, dia de São Pedro — o padroeiro dos pescadores. Baseada no trabalho coletivo e na pesca artesanal, a colônia é responsável por preservar as tradições, contribuir com a sustentabilidade e com a preservação da natureza na região, tão afetada pela indústria pesqueira nos últimos anos.

A colônia é um símbolo de resistência cultural. No Posto 6, os pescadores ainda tecem redes e realizam suas atividades à beira da praia, mantendo um cenário bucólico que contrasta com o agito de Copacabana. O cantinho da praia, onde fica a Z-13, é cercado por grandes amendoeiras, repleto de redes e barcos, que transforma a colônia em um refúgio em meio ao cenário urbano da Cidade Maravilhosa.

André Arruda. Com 100 anos de história, a colônia Z-13 resiste ao tempo preservando a pesca artesanal na Zona Sul do Rio. O Globo.Reprodução site Orla Rio

A Colônia de Pescadores Z-13 também desempenha um importante papel na formação da identidade cultural de Copacabana. Embora o glamour da praia seja muitas vezes associado a turistas, hotéis luxuosos e eventos de grande porte, a presença da colônia nos lembra da forte conexão do bairro com o trabalho tradicional de pesca. Os pescadores da colônia Z-13 carregam práticas e saberes que foram passados de geração em geração, e suas atividades diárias contribuem para uma Copacabana que vai além do cartão postal.

André Arruda. Com 100 anos de história, a colônia Z-13 resiste ao tempo preservando a pesca artesanal na Zona Sul do Rio. O Globo.

Para suprir os anseios dos moradores do bairro, o poder público realizou algumas intervenções a fim de organizar o funcionamento da colônia, como a construção de um espaço específico para a venda de peixes, que antes era feita ao ar livre. Desde 1991, a área ocupada pela Colônia de Pescadores passou a fazer parte da delimitação do tombamento do Forte de Copacabana.

Com o passar dos anos, a colônia enfrentou grandes desafios devido à crescente urbanização da orla e ao declínio da pesca artesanal, causado pela poluição e pelo uso de técnicas industriais. Em meio às dificuldades, a Colônia de Pescadores Z-13 continua sendo um ponto de ligação entre o passado e o presente de Copacabana, um lugar onde o mar e a cidade se encontram e onde a tradição da pesca artesanal resiste às mudanças. Mas a presença dos pescadores da colônia na praia de Copacabana vai além da economia: é parte da herança imaterial do Rio de Janeiro. A preservação desse espaço é essencial não apenas para a memória da cidade, mas também para a manutenção de práticas que conectam gerações e saberes ancestrais.

Atualmente, a Colônia de Pescadores Z-13 conta com mais de 900 associados e possui outros núcleos, além do Posto 6, na Urca, Lagoa Rodrigo de Freitas, Anil, Muzema, Camorim e Pontal do Recreio. 

Núcleo Lagoa Rodrigo de Freitas. Reprodução Rio Prefeitura

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