Nas ondas do surfe
Giovana Vitória Martins Dotta
Um esporte modificaria a moda e o comportamento da juventude. O surfe ainda era pouco praticado, mas tudo mudou quando o surfista australiano Peter Troy chegou ao Arpoador. Em vez das antigas pranchas de madeira, Peter trazia na bagagem as primeiras pranchas de fibra de vidro vistas por aqui.
Aos poucos, as pranchas de fibra foram dominando as praias. Coloridas com pigmento, ainda eram pesadas, mas, pelo fato de boiarem, abriram novas perspectivas. O surfe despertava o interesse de quem morava no entorno das praias. Acrobacias e absoluto domínio dos movimentos o tornavam um esporte fascinante.
Acabou emergindo daí um novo estilo de vida, ligado aos ideais de juventude, transgressão e diversão. As praias da Zona Sul se tornaram locais de intensa concentração da prática esportiva. De forma improvisada, a paixão e a conexão com o mar deram lugar a um passatempo elaborado. Na Praia de Ipanema, por exemplo, dunas surgiram com a instalação do píer e, no mar, o resultado foi o aumento das ondas.
Percebidos como aventureiros, os surfistas se posicionavam de forma política com suas pranchas e seu modo de vida. Acabaram por resistir, como um movimento, aos hábitos e comportamentos conservadores da elite carioca.
“Armando Serra mostra como se faz um bottomturn. Aparentemente o surf parece sem perigo. Mas, no ano passado, morreram três homens na ilha de Oahu, Havaí, onde as ondas atingem 10m”. Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1965. Revista O Cruzeiro/ Hemeroteca Digital – Biblioteca Nacional, página 6, Edição 0007
“Um surfer se prepara para enfrentar as ondas. A prancha, sendo importada, terá custado de 100 a 200 dólares. O prazer do esporte, segundo os aficionados, vale esse preço. Mesmo custando o pescoço”. Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1965. Revista O Cruzeiro/ Hemeroteca Digital – Biblioteca Nacional, página 6, Edição 0007
“Maria Helena aderiu, trazendo mais beleza para o espetáculo. Na aprendizagem, uma campeã no futuro”. Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1965. Revista O Cruzeiro/ Hemeroteca Digital – Biblioteca Nacional, página 6, Edição 0007