Real Gabinete Português de Leitura
Em uma das estreitas ruas do centro do Rio, bem próximo à Praça Tiradentes, está uma das bibliotecas mais bonitas do mundo. Estamos falando do Real Gabinete Português de Leitura, que ocupa um edifício na rua Luís de Camões desde 1887 e conta com mais de 350 mil obras em seu acervo.
A história do Real Gabinete começa em maio de 1837, quando 43 imigrantes portugueses que viviam no Rio de Janeiro fundam uma biblioteca a fim de ampliar seus conhecimentos e dos demais portugueses que viviam na cidade. Após a sua criação, o Gabinete teve outras sedes até que, em 1871, a diretoria adquiriu o terreno na atual rua Luís de Camões.
A pedra fundamental foi lançada em 10/06/1880, na ocasião das solenidades do tricentenário da morte de Luís de Camões. A inauguração oficial do prédio de estilo neomanuelino – projetado pelo arquiteto português Rafael da Silva Castro – aconteceu em dezembro de 1888 e, tanto o exterior quanto o interior do prédio impressionam quem visita o Gabinete, que se tornou biblioteca pública em 1900 e ganhou o título de “Real” em 1906, concedido pelo rei D. Carlos, de Portugal.
No acervo bibliográfico, o Real Gabinete conta com obras raras de Luís de Camões (a 1ª edição d’Os Lusíadas), Camilo Castelo Branco (manuscrito de Amor de Perdição) e outros importantes autores portugueses, além de significativa obra de escritores brasileiros. Em 1921, Florência Barreto – mãe de João do Rio – 2 meses após a morte precoce do filho, doou os mais de 4 mil volumes de sua biblioteca ao Real Gabinete.
Estátuas dos navegadores e exploradores portugueses ornamentam a fachada do edifício: junto à estátua de Luís de Camões, o infante D. Henrique, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral foram homenageados pelo escultor Simões de Almeida, que também foi responsável pelos 4 medalhões que representam Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.
Em 1935, o governo português outorgou ao Gabinete o estatuto de Depósito legal da Biblioteca Nacional de Lisboa. De todas as obras que são publicadas em Portugal, o Real Gabinete recebe um exemplar, tornando-se, assim, a biblioteca com o maior acervo português fora de Portugal.
Vale muito a pena visitar!
