O charme do Rio
Charme, como se sabe, é sinônimo de encanto, atributo para algo atraente. Se o Rio conquista apaixonados do mundo todo, parte dessa atração se deve aos seus sons e ao seu suingue, à sua musicalidade natural e à sua ginga. O charme, estilo de baile popular que surgiu nos subúrbios cariocas dos anos 1980, é traço marcante desse suingue.
Ao som de músicas românticas de soul e rhythm’n’blues, os frequentadores criam coreografias coletivas, nas quais quem dita os passinhos, repetidos às vezes por dezenas de pessoas, são os charmeiros, dançarinos mais experientes nas festas. O baile charme mais famoso da cidade é aquele que ocorre há mais de 20 anos sob o viaduto Negrão de Lima, em Madureira, também conhecido como Dutão.
Dizem que o nome “charme” foi cunhado pelo DJ Corello, na virada dos anos 1970 para os anos 1980, em referência justamente ao jeito “charmoso”, lento e elegante das danças improvisadas ao som de black music no subúrbio carioca. O nome e o estilo pegaram tanto que, hoje, vários outros bailes charme ocorrem pela cidade, em especial, nas ruas.