Metro Passeio

O empresário espanhol Francisco Serrador sonhava torná-la nossa Times Square, nossa Broadway, uma cidade de brinquedo. Um império do entretenimento com cinemas, teatros, hotéis e restaurantes. Foi assim que o quadrilátero da praça Floriano Peixoto e seu entorno virou, de fato, uma “Cinelândia”: terra de cinemas. Naquelas décadas de 1920 e 1930, afinal, eles se tornaram muitos. Havia o Capitólio, o Glória, o Cine-Palácio, o Pathé, o Império, o Odeon, o Alhambra, o Rex, o Rio, o Plaza, o Metro.

O primeiro deles — não só da região central, mas da cidade — foi o Parisiense. Foi inaugurado em 1907, na avenida Central, hoje Rio Branco, número 179, no lugar do atual Edifício Avenida Central. Havia também o Cine Pathé, um dos cinemas mais luxuosos da região. Era local de estreia de grandes hits do cinema americano. Foi inaugurado em 1907, num prédio que até hoje chama atenção por sua arquitetura art déco. Em 1999, foi vendido e se transformou numa igreja evangélica.

O Cine Palácio também tem história. O prédio que o abrigava foi projetado por Adolfo Morales de Los Ríos e, originalmente, construído para ser o Cassino Nacional Brasileiro. Em 1901, recebeu uma reforma que o transformou num teatro de variedades. Em 1917, tornou-se cinema e, em 1929, exibiu o primeiro filme totalmente falado: Melodia da Broadway. Em 2008, encerrou suas atividades. Hoje, o prédio abriga o Teatro Riachuelo Rio.

Já o Cine Vitória teve seu auge nas décadas de 1950 e 1960. Luxuoso e espaçoso, retratava muito bem o glamour da região. Foi inaugurado em 1942, com a exibição do filme O Grande Ditador, de Charles Chaplin. Na década de 1970, com a perda de público, passou a exibir filmes pornográficos. Em 1988, parou de funcionar, e o local foi abandonado. Em 2012, no local do cinema, foi inaugurada uma filial da Livraria Cultura que, em 2018, fechou.

Por fim, o Cinema Metro-Passeio, que ficava na rua do Passeio 62, era o cinema mais moderno da cidade, quando de sua inauguração, em 1936. Abrigava quase 2 mil espectadores, e a grande novidade era o ar-condicionado, que até então, só existia num pequeno cinema da avenida Atlântica chamado Varieté. Era comum as pessoas entrarem ali só para desfrutarem do ar fresco. Encerrou suas atividades em 1980.

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