Jacarepaguá é potência
Turma: 2002
Aluna: Eduarda da Silva de Oliveira
A aluna elaborou um poema sobre Jacarepaguá e suas múltiplas potencialidades, destacando a diversidade cultural que marca o bairro. Por meio de versos, o trabalho convida a refletir sobre as riquezas culturais e sociais da região, muitas vezes pouco visibilizadas no imaginário da cidade.
Jacarepaguá é potência
No Rio Memórias
Vou te contar a verdade que a TV não mostra
Sobre Jacarepaguá
Meu lugar
Meu chão
Meu bairro
É mundo em expansão
Tem favela, tem morro
Tem trilha, tem gente que sonha
Tem criança brincando
Tem mãe guerreira rezando
Tem paixão que sustenta
Na marra e na fé
Tem Morro que resiste
Tem Cidade de Deus
Tem Colônia, tem esquina
Tem céu, tem Deus
Tem cultura pulsando
Batendo no peito
Tem arte na rua
No tom, no jeito
A reportagem mente
Mostra só o que convém
Mas quem vive aqui sabe
A verdade vai além
A gente não é só estatística
Nem medo estampado em manchete
A gente é fogo escondido no rio
É talento bruto em cada moleque
Tem baiano, coreano
Americano, africano
Tem terreiro, tem virada
Fé que não para, fé misturada
Tem evangélico, católico,
Umbandista, do candomblé
Aqui a fé se veste de muitas formas
Mas caminha com o mesmo axé
Aqui a guerra também é sangrenta
Mas aqui, a dor se transforma em lenda
A rua é escola
E a escola é a alma que pensa
Tem capoeira, tem jiu-jitsu
Tem grafite na viela
Tem criança que dança
Menina que brilha, estrela
Tem poeta, jogador
Futuro doutor
Tem atriz, tem cantor
Tem escritor, educador, e futuro MC
Aqui, a favela é fábrica de vida
Aqui, a dor é moldada em saída
Essa é a verdade de Jacarepaguá
Não é o que vendem
É o que a gente faz
Com sangue, com lágrimas
Com luta, com paz
Eu sou a voz do agora
Sou a memória que pulsa
Sou estante, sou ponte
Sou verbo, sou rua
Mostro as culturas
Consciência social
Resistência emocional
Potencial juvenil, real
O lugar onde a gente cresceu
Onde a gente vive e vai ficar
O lugar que carrega o nosso futuro
Nosso presente
E a cicatriz do passado a curar
Jacarepaguá é território
É favela.
É carnaval, é cultura
É arte, é força, é potência
São olhos que mudam o mundo
Olhos que ardem
Que cantam
E que ainda carregam esperança