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Local de guarda dos burros - Madureira - 31/08/1926 – Augusto Malta

Os bondes estão entre os mais cultuados e celebrados meios de transporte. No Rio, esses serviços começaram a ser implantados no período do Segundo Reinado, em 1859, quando a cidade ainda era tipicamente colonial e precária. A primeira linha conectava a praça Tiradentes à Tijuca. Houve a fase dos bondes puxados a burro por toda a cidade, que teve grande expansão na década de 1870, quando surgiram diversos novos empreendimentos. Animal obediente e trabalhador, dotado de grande força e resistência, o burro foi um agente essencial da economia local desde tempos primordiais da colônia. Na imagem, vemos um dos locais onde viviam, ao tempo em que puxavam os bondes pela cidade. Essa região da cidade, Cascadura e Madureira, foi aquela onde essa modalidade de transporte perdurou por mais tempo – até 1928.

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Madureira – 31/08/1926 – Augusto Malta

Nesta fotografia de Madureira, vemos o que seria uma garagem de bondes. Mas o que esta imagem documenta e é raro na iconografia fotográfica carioca de então, é o ponto de captação de água à direita da imagem, realçado no detalhe a seguir.

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Detalhe da fotografia Madureira – 31/08/1926 – Augusto Malta

Enquanto um homem se afasta com duas moringas, as três mulheres junto ao que parece ser um poço, esperam o momento de levar os seus vasilhames. Duas delas os levarão à cabeça – onde suas rodilhas estão devidamente instaladas, a espera das moringas.

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Largo da Lapa – 19/01/1906 – Augusto Malta

Embora a Lapa tenha mudado bastante, do ponto de vista desta fotografia, quem conhece a região consegue facilmente identificar aquele lugar – porque certas ruas e largos conseguem manter a sua personalidade, a sua aparência, apesar das sucessivas intervenções sofridas ao longo das décadas. E pensar que naquelas redondezas existia uma lagoa, quando a cidade nasceu! Na imagem, o bonde puxado a burro é o principal sinal a nos possibilitar a sua datação.

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Bonde a tração animal – 31/08/1926 – Augusto Malta

Foi em 1906, enquanto construía a primeira usina para trazer energia elétrica em larga escala para a cidade, que a Light adquiriu o controle acionário da Ferro Carril de Vila Isabel, da Companhia de São Cristóvão e da Companhia de Carris Urbanos, unificando-as. A essas se juntaram a Ferro Carril do Jardim Botânico e a Ferro Carril Carioca. Assim iniciou-se a implantação de um sistema unificado de bondes elétricos, que viriam a cobrir a cidade de norte a sul. Mas os bondes puxados a burro ainda estiveram presentes na carteira de serviços prestados pela Light por muito tempo; a substituição foi gradual e durou até 1928. As linhas do Centro para a Zona Sul e Zona Norte tiveram prioridade. Já no subúrbio, apesar das reclamações e pedidos, os burros ainda persistiram. Na medida em que a Light ia precisando deles em menor número, tratava de dar-lhes outro destino e novas funções. Este anúncio é de São Paulo: “Burros. A Companhia Light & Power tendo suprimido algumas linhas de tração animal nos bairros já servidos por bondes elétricos, tem à venda grande número de excelentes animais para carroça, arado, tróleis, etc. etc. [...].”

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Bonde a tração animal em Madureira – 31/03/1928 – Augusto Malta

O bonde vazio nos dá a exata noção de suas dimensões e disponibilidade de assentos. Eram carros pequenos, adequados às possibilidades dos animais – verdadeiros heróis. Por detrás do bonde, vemos o estoque de trilhos depositados no solo. Testemunho das iniciativas de expansão e melhoramentos do sistema de transporte.

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Light: Oficina em São Cristóvão – 03/04/1904 – Augusto Malta

Para quem percorria o trajeto entre Madureira e o Centro, por exemplo, o percurso do bonde tinha duas etapas. A fotografia mostra um bonde “Junção do Elétrico”, que trazia os cidadãos até o ponto, onde faziam a baldeação para um bonde elétrico, que os conduzia ao seu destino final.

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Light and Power - Bonde do Correio – 03/04/1907 – Augusto Malta

Havia bondes para todos os usos e funções. Eles mudaram a vida na cidade, integrando-se a ela, encurtando distâncias e possibilitando novas vivências. Marcaram presença, inclusive, em todas as formas de expressão; na escrita, na encenação, na música e nas artes visuais. Os bondes convencionais para transporte de passageiros integravam uma diversificada lista de modelos em uso; cada um deles cumprindo distintas funções. Nesta imagem, um bonde correio.

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São Cristóvão, Carro (bonde) de Casamento – 03/04/1907 – Augusto Malta

Um ‘bonde de distinção’ para eventos, tais como batizados e casamentos. Estes eram decorados internamente com fino mobiliário, cortinas de renda branca e flores de laranjeiras.

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São Cristóvão - Bonde bagageiro ou caradura – 03/04/1907 – Augusto Malta

Fotografia de um bonde bagageiro – o ‘caradura’, depois chamado de "taioba", que passou a circular na década de 1880. No bagageiro, era permitido transportar pequenas cargas, o que não era possível no bonde comum. A passagem era mais barata visando à concorrência com as charretes e carroças. Os passageiros podiam viajar descalços e sem colarinho, levando todo tipo de mercadoria, inclusive os jacás de galinhas e outras aves, tabuleiros de doces, frutas e verduras etc.

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Madureira – Carro Fúnebre - 28/02/1926 – Augusto Malta

Havia até o bonde mortuário, para levar os caixões ao seu destino final. Como se vê, a concorrência já se impunha às carruagens em diversas categorias, indicando as alternativas de transporte que apontavam para um novo tempo na cidade do Rio de Janeiro.

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