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Na segunda metade do século XIX, a imprensa periódica estruturou-se no Rio de Janeiro. Desenvolveu-se, ainda, o novo segmento da imprensa ilustrada; outra novidade. Na entrada do século XX, a economia da imprensa já era um negócio bem estruturado e fértil. Se hoje temos as redes sociais, naqueles tempos era o jornal impresso que difundia as ideias e ‘fazia a roda girar’... Desde o final do século XIX, no Rio, os imigrantes italianos passaram a dominar a distribuição e venda de jornais em pontos fixos — quiosques e bancas. Mas circulando pelas ruas da cidade e pelos bondes como ambulantes, desde as últimas décadas do século XIX, eram crianças que formavam a mão de obra vendedora dos muitos jornais que eram lançados em edições sucessivas, além de fazer a entrega dos exemplares aos assinantes. Muitas vezes, sucessivas tiragens de um mesmo jornal eram vendidas ao longo do dia; isto porque se um novo fato acontecia depois de uma edição, providenciava-se um segundo clichê (= tiragem), terceiro clichê... quantos fossem necessários para atender à demanda dos leitores que desejavam estar permanentemente atualizados. Na fotografia – um aspecto da rua Espírito Santo, atual Pedro I, no Centro – vê-se, em primeiro plano, um menino vendedor de jornais. À esquerda, parte do moinho cenográfico de uma das casas de diversão dos irmãos Segreto. Os bondes seguem em direção ao Campo de Santana.
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Aqui, vemos três vendedores de jornais nos estribos do bonde. O da direita vendia O Malho, em destaque no primeiro plano de seu fardo. Próximo à extremidade esquerda da imagem e sentada no bonde vemos a rara imagem, à época, de uma mulher; vestido longo, chapéu ornamentado e seu inseparável leque retrátil.
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Para prestar assistência a esses meninos trabalhadores, a Fundação Darcy Vargas - A Casa do Pequeno Jornaleiro foi fundada em 1938 pela esposa do ex-presidente Getúlio Vargas. Seu objetivo inicial era prestar assistência às crianças e jovens que trabalhavam como vendedores de jornais nas ruas do Rio de Janeiro. Funcionou por muito tempo como um abrigo/orfanato para aqueles menores. Hoje, é uma instituição que tem como objetivo acolher, formar e orientar crianças e adolescentes (entre 11 e 18 anos de idade) das camadas sociais mais pobres da Região Portuária do Rio de Janeiro.
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Na fotografia e no detalhe, vemos “O Pequeno Jornaleiro” que tornou-se uma instituição da cidade. Uniforme azul, com boina e uma bolsa de jornais pendurada no ombro. A estátua que os homenageia está localizada onde as ruas Miguel Couto e do Ouvidor se encontram, junto à [atual] avenida Rio Branco. Foi uma homenagem do jornal A Noite ao Rio de Janeiro, obra do caricaturista Fritz, pseudônimo de Anísio Oscar Mota: uma estátua de bronze de um garoto com jornais debaixo do braço, gritando as manchetes dos jornais que está a vender.