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Largo da Prainha

“O samba nasce na Pedra do Sal.
De lá caminha em direção à Praça Onze
e posteriormente, com a linha férrea,
vai para o subúrbio carioca, onde cria novas raízes.”

Trecho do artigo “Preservação da Memória do Samba:
do Largo da Prainha à Pedra do Sal”

de Helena Rodrigues, Marcos Silvoso
e Maria Júlia Santos

 

O Largo da Prainha, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, é um espaço de profunda importância para a história afro-brasileira: foi o principal ponto de desembarque e de comércio de pessoas escravizadas no Brasil.

Estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas tenham chegado por esse porto entre 1774 e 1831, consolidando a região como o maior centro do tráfico negreiro das Américas.

O epicentro da resistência cultural nesse território foi a Pedra do Sal, que se transformou em um espaço vital de sociabilidade. A população negra criou novas formas de organização comunitária, como os “zungus”: casas coletivas que, muitas vezes na clandestinidade, funcionavam como quitandas (onde se vendia angu) e, ao mesmo tempo, como centros de religiosidade, dança e articulação política.

Com a Abolição, em 1888, ex-escravizados migraram de regiões como o Vale do Paraíba e a Bahia, estabelecendo-se na Zona Portuária em busca de oportunidades na então capital federal. Essa ocupação consolidou o que mais tarde seria chamado de “Pequena África”, termo cunhado pelo compositor, cantor e pintor Heitor dos Prazeres, que abrange bairros como Gamboa, Saúde e Santo Cristo.

Aproveite para visitar o Largo da Prainha, que permanece como testemunho vivo da resiliência afro-brasileira e da força da ocupação negra na conformação cultural e espiritual da cidade do Rio de Janeiro — e a Pedra do Sal, tombada como patrimônio histórico em 1984 e reconhecida como quilombo urbano em 2005, em um gesto que reafirmou o direito à permanência e à memória de sua comunidade.
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Largo da Prainha.

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