Filmes de Sucesso
Gabriel Arruda
Em 1964, as salas de cinema tinham uma cara diferente das de hoje. Imensas cortinas separavam a tela do público, havia intervalos e os chamados cinejornais eram exibidos na abertura das sessões. Além disso, eram comuns sessões para mais de mil pessoas! Assim eram o Cine Teatro Carlos Gomes, o Cine Teatro Rex, o Cine Pathé e o famoso Cine Odeon, eternizado no choro de Ernesto Nazareth. Dentre os cinejornais, ou os jornais “na tela”, o “Atualidades Atlântida” e o produzido pela “Agência Nacional” traziam os acontecimentos no Brasil e no mundo das últimas semanas e deixavam o público informado antes da exibição das películas.
Naquele início de ano, três eram as garantias de boas bilheterias e salas lotadas: “O processo”, uma adaptação feita por Orson Welles do clássico de Franz Kafka, estrelado por Anthony Perkins e Jeanne Moreau; “A vingança de Monte Cristo, uma adaptação francesa da novela de Alexandre Dumas, dirigida por Claude Autant-Lara e “A gata borralheira (Cinderela)”, animação dos estúdios Walt Disney. Filas também se formavam para “O satânico Dr. No”, um dos mais famosos da franquia de James Bond, o primeiro que apresentava Sean Connery na pele do icônico agente 007.
Dentre as produções brasileiras, “O beijo”, primeiro longa de Flávio Tambellini, estava em cartaz em boa parte dos cinemas. A adaptação da peça “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, era acompanhada por uma trilha sonora do maestro Moacir Santos.
O Cinema Novo mostrava o melhor de sua primeira fase com “Vidas Secas”. Dirigido por Nelson Pereira dos Santos e baseado no livro de Graciliano Ramos, o filme é considerado uma das obras-primas do cinema nacional.
Interior dos cinemas: exibição de filmes no Museu de Arte Moderna. 12 de janeiro de 1956. Autor desconhecido. Arquivo Nacional / Fundo Correio da Manhã
Trecho de Cinejornal da Agência Nacional. 1962. Cinejornal Informativo n° 1/62 (1962). Arquivo Nacional. Fundo Agência Nacional.
Jornal Correio da Manhã, 26 de março de 1964. Hemeroteca Digital / Biblioteca Nacional.