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Avenida Presidente Vargas – 22/04/1954 – Fotógrafo não identificado

Hora de ponta em Portugal, horário de pico ou de pique, hora do rush. Com a palavra, nosso mestre carioca Antonio Houaiss (1915-1999) — entre outras especialidades, dicionarista e enciclopedista —: o substantivo masculino rush, do inglês, significa “esforço final, aceleração de um corredor no final da competição; afluxo brusco de uma grande quantidade de veículos (= hora do rush); grande afluência coletiva que visa obter uma finalidade [...].” Pois assim passou a ser, em toda grande cidade do planeta, a partir do advento das metrópoles. Pela manhã e à noitinha. De manhã, era sempre a preocupação de chegar na hora, o pensamento nas tarefas do dia. Para muitos, inclusive entre aqueles pendurados nos estribos, havia o cuidado especial no transporte da marmita.

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Bonde 66 [Tijuca] – 15/05/1905 – Fotógrafo não identificado

E à noitinha, na volta para casa, muitas e muitos, naqueles bondes, já iam antecipando os acontecimentos à frente... a família, filhos, a rotina da noite. Outras e outros, pensando naquela passada pelo boteco, para uma boa conversa e, quem sabe, algo mais. Isto, sem falar daqueles que já tinham cumprido o ritual diário (ou quase) ali por perto do trabalho mesmo, para depois encarar o bonde. E quem ia pendurado no estribo tinha que ficar esperto; apesar de todo o cuidado dos motorneiros, o risco – convenhamos – era razoável. Afora este risco e o desconforto de quem ia pendurado e conformado, estas imagens guardam uma certa beleza, no sentido da vitalidade e da unicidade nelas existentes. Cada bonde tornava-se coeso; todos os passageiros pensando e almejando o mesmo objetivo – chegar! E o motorneiro era o guia, o líder, que ao longo de sua rotina diária ia aprendendo, assimilando algo acerca dos passageiros que transportava; do subir e descer do bonde.

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Bonde 62, Méier – 1955 – Fotógrafo não identificado

A hora do rush e a paz da noite que se seguia sempre foram um momento memorável do Rio. Mas é claro que muita gente trabalhava noite adentro, para que a cidade seguisse funcionando como uma máquina que não para jamais. Nesta fotografia, o velho bonde 62 que ia rumo ao Méier – ainda grafado com ipsilon ou i grego àquela época; uma homenagem ao velho camarista Meyer, português de família originária da Alemanha.

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