O horário de verão terminou mais cedo em 1964. Previsto para funcionar até 31 de março, o horário especial foi antecipado para o dia 1º daquele mês pelo presidente João Goulart, após despacho com o Ministro das Minas e Energia Antônio de Oliveira Brito. No decreto, o governo justificou a antecipação do fim do horário de verão, iniciado com o objetivo de pôr fim à crise energética do país, em razão da grande quantidade de chuva no início do ano. Considerou, também, a necessidade do retorno escolar com a cessação da medida. Realizado na passagem de sábado para domingo, o decreto permitiu que muitos aproveitassem o dia de 25 horas para se banhar no litoral carioca.

No entanto, a antecipação da medida trouxe preocupação para as companhias energéticas. A Light divulgou nota afirmando que o retorno mais tarde do serviço e o consequente maior uso de luz artificial pela população poderia causar um aumento de até 400 mil KW diários, anulando os efeitos da economia de energia. A situação era particularmente preocupante em todo o Sudeste do país, onde os reservatórios ainda eram considerados baixos pelos técnicos.

Como nos dias de hoje, a existência do horário de verão gerava discussão. Em carta à revista O Cruzeiro, uma leitora soltou a voz, dando graças ao fim do regime especial de horário: “quem foi (…) que inventou essa desgraça de hora de verão, que veio se juntar às muitas que já temos (…). Sabem lá o que é uma mãe de família acordar às 4 e meia da manhã para deixar feita a comida dos seus filhos menores e sair correndo para pegar transporte e chegar a tempo para o expediente?”