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CPC da UNE é fechado

07 de abril de 1964

Bruno Viveiros Martins

O primeiro Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes foi criado, no Rio de Janeiro, em 1961, no terceiro andar de sua sede, na praia do Flamengo, nº132. Os CPCs da UNE buscavam a construção de uma cultura “nacional, popular e democrática” e tinham como objetivo criar e divulgar uma “arte popular a serviço da revolução social”. 

Esta proposta logo recebeu a adesão de vários artistas e intelectuais como Ferreira Gullar, Paulo Pontes, Carlos Lyra, Armando Costa, Francisco de Assis, João das Neves, entre vários outros. Seus fundadores declararam: “nossa arte só irá onde o povo consiga acompanhá-la, entendê-la e servir-se dela”. Para tanto, o grupo encenava peças teatrais em portas de fábricas, favelas e sindicatos; publicava cadernos populares; promovia cursos de teatro, cinema, artes visuais e filosofia. Além disso, editou livros como o Violão de Rua, uma coletânea de poemas de Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Affonso Romano de Sant’Anna e lançou o filme Cinco vezes favela, dividido em cinco episódios, dirigidos por cineastas que se tornaram, no futuro, grandes nomes do cinema brasileiro.
Em 1962, o CPC gravou e distribuiu o disco O povo canta, com o objetivo de cumprir a função que seus integrantes atribuíam à arte: tratar dos problemas brasileiros, como por exemplo, o subdesenvolvimento e a grilagem, com uma linguagem acessível a um público o mais amplo possível. A venda desse compacto arrecadou fundos para a construção do Teatro do CPC da UNE, mas, depois do golpe militar em 31 de março de 1964, foi retirado de circulação pela censura. No dia 7 de abril, o Centro Popular de Cultura da UNE foi oficialmente fechado. Em outubro desse mesmo ano, o Congresso Federal aprovou o projeto de extinção da União Nacional dos Estudantes.

Capa disco do CPC “O Povo Canta”.  Data: 1963. Acervo: Projeto República-UFMG.

Capa do texto de Ferreira Gullar “João Boa-Morte: Cabra marcado para morrer”, CPC. Acervo: Iconographia

Capa do Programa da peça “Auto dos 99%” do CPC da UNE. 1962. Acervo: Iconographia.

Capa do livro Violão de Rua da “Coleção Cadernos do Povo Brasileiro”, lançado oficialmente no I Festival de Cultura Popular organizado pelo CPC. Data: 11/1962. Acervo: Iconographia

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