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Circular reservada escrita por Castello Branco é noticiada no Jornal do Brasil

26 de março de 1964

Lucas Garabini

Quando, no dia 13 de março de 1964, o presidente João Goulart reuniu pelo menos 100 mil pessoas na Central do Brasil e anunciou suas Reformas de Base, a resposta conservadora, não se pode negar, veio rápido e veio à altura. 

Seis dias depois do grande Comício das Reformas, uma multidão ainda maior se juntou na Praça da Sé em São Paulo. Algo entre a imprecisa margem de 200 a 500 mil pessoas, reunidas por associações clericais, sindicatos patronais e grupos civis das classes média e alta urbanas, marcharam de Terço na mão contra a temida “ameaça comunista”. Era a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. 

Foi o sinal que a conspiração esperava para colocar as mangas de fora, a justificativa para os militares calculistas darem a largada no plano de deposição do governo Jango. No dia seguinte, o General Castello Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, redigiu uma circular endereçada aos quartéis do país, na qual conjecturava se já não era hora das Forças Armadas entrarem em ação. 

Com algumas poucas exceções, a recepção da circular nos mais altos escalões das Forças Armadas foi favorável. Em suma, havia clima para o Golpe e a convocação já estava feita. 

A circular reservada, com a observação de ser vedada à imprensa, acabou indo parar nas mãos de Jango e do colunista do Jornal do Brasil, Carlos Castello Branco, que apesar do nome não tinha nenhum parentesco com o General. Após ser publicada, foi desmentida 24 horas depois, na mesma coluna. Isso porque o Castello militar alegou que a missiva era “sem fundamento”, ao que o Castello jornalista acrescentou: “apócrifa e peça falsa produzida pelo serviço de inteligência de Goulart”.

Trechos de Coluna do Castello. Jornal do Brasil, 26 de março de 1964. Rio de Janeiro. Hemeroteca da Biblioteca Nacional.

Trechos de Coluna do Castello. Jornal do Brasil, 26 de março de 1964. Rio de Janeiro. Hemeroteca da Biblioteca Nacional.

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