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A Imprensa e o Golpe

Nayara Henriques

Os jornais impressos eram a principal fonte de informação em 1964. O rádio e a TV também tinham lá a sua importância, mas as notícias que vinham das prensas ainda tinham o poder de ditar a pauta do dia. No golpe civil-militar não foi diferente: os jornais noticiavam os últimos acontecimentos, enquanto propagandeavam a favor da nova ordem que se instalava no Brasil. 

A crença na imparcialidade da imprensa tornou tudo ainda mais sutil. Se o Jornal do Brasil estampava na primeira página “Goulart toma rumo desconhecido e o Brasil volta à normalidade” (03/04/1964), era provável de que tudo estivesse normal. O Diário de Notícias advertiu, em 31/03/1964, que era a “Hora da Decisão”, no dia seguinte alertou sobre “Luta Fratricida Iminente no País”. No 3º dia, foi o dia da “Ressureição” em que “Vitória restabeleceu Paz Cristã no Brasil”, então o Brasil era vitorioso, afinal. Aliás, O Jornal anunciou em letras garrafais a “Vitoriosa a Revolução”.

Em contrapartida, o Última Hora noticiou a destruição de sua redação no dia 2 de abril em “uma ação espontânea de elementos que festejavam a chamada vitória da democracia” e estampou “JK: – A Legalidade não pode ser contra o povo” na primeira capa do dia seguinte.  

A “Edição Histórica da Revolução” da revista O Cruzeiro trouxe na capa um sorridente Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais, e documentou, festivamente, os acontecimentos que ditariam os próximos 21 anos. 

O apoio da imprensa foi essencial para a manutenção do governo militar, ajudando a promover a ideia de que o Brasil havia passado por uma “revolução” e, por isso, protegido da ameaça comunista – o grande inimigo forjado pelos apoiadores do Golpe. A opinião popular sofreu influência direta dos editoriais. E os jornais, tempos depois, sofreram com a censura do governo autoritário. 

Sem autoria. Primeira página do Jornal do Brasil. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 02 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Primeira página do Diário de Notícias. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 31 de março de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Primeira página do Diário de Notícias. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 01 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Primeira página do Diário de Notícias. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 02 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Primeira página d’O Jornal. O Jornal, Rio de Janeiro, 02 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Primeira página do jornal Última Hora. Jornal Última Hora, Rio de Janeiro, 02 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Primeira página do jornal Última Hora. Jornal Última Hora, Rio de Janeiro, 04 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

Sem autoria. Magalhães Pinto na capa d’O Cruzeiro. Revista O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 10 de abril de 1964. Acervo Biblioteca Nacional.

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