Corrida

Um par de tênis, roupas leves e muita disposição são os equipamentos necessários para iniciar em um dos esportes mais praticados no Brasil e no Rio de Janeiro, a corrida. A modalidade que conquistou os cariocas há mais de um século é a queridinha nas academias de ginástica, mas foi a beleza da cidade que a colocou no calendário internacional do esporte, recebendo atletas e amadores em suas muitas provas de rua.  

Fundado em 1875, em Niterói, o Clube Olímpico Guanabarense foi um dos primeiros do país a se dedicar às competições de corrida e, em pouco tempo, as provas chegaram ao outro lado da Baía de Guanabara. Clubes cariocas como o Atlético Fluminense (de 1886), que já tinham estrutura para esportes como ciclismo e patinação, passaram a organizar campeonatos da nova modalidade. Os programas eram diversificados, contemplando diferentes distâncias e faixas etárias e com uma inovação importante para a época: a participação de mulheres. Em geral, o público feminino ficava relegado às arquibancadas nos eventos esportivos, mas com a chegada da corrida elas tiveram a oportunidade de se tornar protagonistas.

Na década de 1880, as corridas a pé eram realizadas na Praça da República (Campo de Santana) e no antigo Jardim Zoológico (Vila Isabel). Foi a partir de 1925, com a realização da 1ª São Silvestre em São Paulo, que as corridas começaram a acontecer de maneira mais estruturada no Brasil, consolidando a base para o panorama atual.  

Além de sediar provas importantes como a Maratona do Rio (do Recreio ao Aterro do Flamengo), a cidade também é berço de alguns dos mais renomados corredores brasileiros. O carioca Robson Caetano chegou a cinco finais olímpicas e conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos de Seul (1988): uma individual, nos 200 metros, e uma por equipe, no revezamento masculino 4×100 metros. O atleta é o recordista sul-americano dos 100 metros rasos desde 1988, tendo concluído a prova em 10 segundos exatos.

A primeira brasileira a correr a maratona olímpica (nos Jogos de Los Angeles, em 1984) também nasceu no Rio de Janeiro. Eleonora Mendonça foi uma lutadora incessante pelos direitos das mulheres nas corridas de rua e garantiu o seu lugar na comitiva olímpica ao chegar em primeiro na Maratona Internacional Bradesco/Jornal do Brasil, em junho de 1984. Em 1979, a própria Eleonora organizara a primeira maratona internacional do país.